segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PORQUE PLANTAR EUCALIPTO É UM BOM NEGÓCIO?

Em diversas regiões do Mato grosso do Sul e do Brasil, encontramos agricultores e pecuaristas insatisfeitos com os resultados dos modelos convencionais de produção, preços injustos ou inviáveis, além das intempéries ocorridas com muita freqüência. Portanto, a otimização da propriedade rural, modelos modernos de gestão, sistemas integrados de produção, aproveitamento de todos os metros quadrados da área, alternativas de produção e cultivos, tem sido termos atrativos e muito utilizados nos últimos anos, perante os problemas enfrentados no campo. O cultivo de eucalipto se torna uma das melhores alternativas como complemento de renda com resultados fantásticos, principalmente pela elasticidade de adaptação em qualquer região do país.

Existem espécies compatíveis para cada realidade, desde o solo, clima, até a finalidade que será destinada essa madeira. A escolha deverá ser realizada no planejamento, pois são muitas as variedades de clones e sementes disponíveis no mercado. Várias empresas, corporações, instituição de pesquisa como a EMBRAPA florestas, IPEF, universidades, contém informações importantíssimas como suporte em todas as etapas, que facilitam a tomada de decisões.

A maioria dos produtores são imediatistas, “pensam pra ontem”. O planejamento da área, como uma empresa rural, com a introdução do componente florestal, terá rendimentos a curto prazo com a agricultura e pecuária; a médio prazo com o desbaste da madeira, a colheita de sementes ou frutos das árvores, além dos resultados da integração como bem-estar animal, umidade, produtividade, ciclagem de nutrientes, dentre inúmeros outros; e a longo prazo com o corte raso das árvores, utilizando a madeira com alto valor agregado para diversas finalidades.

São muitos os interessados na implantação florestal, por ser altamente rentável e a demanda por produtos florestais ter crescido drasticamente. Do ponto de vista econômico, a formação de florestas de produção representa um mercado responsável por 4% do PIB nacional, tendo como principais segmentos: o papeleiro, com a produção de celulose para a indústria de papel; o energético com a produção de carvão, e o moveleiro com a produção de chapas e laminados para a fabricação de móveis.

Do eucalipto podem ser extraídos vários produtos. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza, alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Muitas regiões aproveitam seu ciclo curto para produção de lenha, que gera energia. O aproveitamento dos resíduos de serrarias e industrias moveleiras como maravalha e serragem para diversos fins, e até mesmo briquetes e pellets, que chegam ser exportados para Europa com finalidade energética para lareiras, pizzarias e restaurantes. Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose. A engenharia civil e arquitetura estão usando cada vez mais na atualidade, por ser inovador, autêntico e sustentável. Dependendo do manejo utilizado, finalidade e região do país, os rendimentos podem variar de R$ 1.500,00 até R$ 4.000,00 por hectare ao ano, ou seja, um dos melhores retornos do agronegócio.

Além dos cultivos maciços (somente eucalipto) temos os sistemas agroflorestais (SAF´s) se encaixam perfeitamente pela necessidade de mudança e produção sustentável. Estes se dividem em sistemas silvipastoris (florestas com pastagens); silviagrícolas (florestas com agricultura); e agrossilvipastoris (florestas com agricultura e pecuária simultânea ou seqüencial). Na integração Lavoura-Pecuária-Floresta a distribuição de mão-de-obra é mais uniforme durante o ano, existe uma melhoria das condições de vida promovida pela diversidade de produção, pois diminui os riscos e incertezas do mercado. As árvores no sistema funcionam como quebra-vento, mantendo a umidade do solo, aumentando a fixação de nutrientes, restaurando as propriedades químicas, físicas e microbiológicas do solo, melhorando a qualidade da cultura ou pasto. Além da exploração racional dos recursos disponíveis, aumenta a renda do agropecuarista, e resulta em maior estabilidade econômica.

Estes são apenas alguns dos infinitos benefícios resultantes das florestas plantadas ou da integração, pois uma imensa quantidade de espécies de eucalipto pode ser utilizada, e em diversos arranjos espaciais, delineados de acordo com cada realidade, tipo de solo, clima, temperatura e localização. Seja para a pequena, média ou grande propriedade, todos podem aderir aos plantios florestais ou sistema agrossilvipastoril, sem restrições. Temos esta tecnologia fantástica para ser utilizada a favor do homem do campo, bastam coletar as informações adequadas, planejar bem a área e colher excelentes resultados ambientais, econômicos e sociais.

Engº Agrº Pedro Francio Filho

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