terça-feira, 23 de junho de 2009

CONTROLE DE MATO NAS FLORESTAS DE EUCALIPTO


Uma das principais razões para o grande sucesso das florestas plantadas no Brasil, tem sido o avanço tecnológico do controle da matocompetição (vegetação que nasce entre as árvores), seu monitoramento e controle eficaz.

A vegetação que concorre com o Eucalipto pode acontecer em maior ou menor grau e depende muito do uso que a terra sofreu antes da plantação. O mato que compete com as florestas gera muitos problemas, atrapalha o desenvolvimento das árvores e os processos de colheita; favorece incêndios; encarece as operações; pode ter plantas alelopáticas e espécies agressivas, que causam danos mecânicos e de abafamento aéreo da copa, etc.

O controle do mato é realizado em algumas fases importantes das atividades florestais: pré-plantio para limpeza da área; durante plantio das mudas e nos serviços de manutenção após o plantio, até que a floresta plantada tenha dimensão suficiente para vencer o mato por sua altura e copas bem formadas. Isso significa que o mato é problema desde a fase anterior ao plantio até cerca de um ano pós-plantio. Isso vai depender do crescimento da floresta e da intensidade da infestação de mato.

Existem empresas que prolongam o controle da matocompetição por toda a rotação florestal. Elas querem manter a floresta plantada "limpa", para facilitar a colheita e também porque seus estudos revelam que o sub-bosque reduz a produtividade de forma significativa pela competição por água e nutrientes. Isso é mais comum em florestas plantadas de mudas de sementes e menos usual em florestas clonais. Essas, pela sua uniformidade e rapidez de crescimento, são naturalmente "mais limpas".

São diversas as formas de se controlar a matocompetição, mas hoje a dominante é a realizada pela aplicação de herbicidas (capina química). Durante muitos anos, as empresas florestais controlaram o mato por capinas manuais e mecânicas (roçadeiras e grades). Esses tipos de capinas foram gradualmente perdendo espaço para a capina química pela alta demanda de uma mão-de-obra, altos custos e baixa eficiência.

Os herbicidas na silvicultura começaram tímidos por volta dos anos 70's, mas hoje são dominantes pelas seguintes razões:

• baixo custo e alta eficiência;
• relativamente baixa ecotoxicidade e baixo efeito aos organismos não-alvos;
• baixa migração para o solo e para as águas subterrâneas;
• alta seletividade para as plantas alvo;
• equipamentos de aplicação desenvolvidos para mínimo dano às pessoas, às plantas da cultura e para evitar "deriva" (migração para outras áreas).

Os compostos mais usuais sendo aplicados nas plantações florestais são: glifosato, oxifluorfen, imazetapyr, imazapic, imazapyr, dentre muitos outros. De qualquer maneira, há que se entender que para se usar herbicidas não há uma regra fixa: os casos variam nas diversas regiões e épocas do ano e também em função do mato a ser combatido. Por essa razão, é muito bom obter informações sobre isso, antes de se aventurar a fazer aplicações sem os devidos cuidados e conhecimentos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

EUCALIPTO SURPREENDE NA GERAÇÃO DE ENERGIA

“O eucalipto pode ser tão bom e eventualmente até melhor do que a cana-de-açúcar para a produção de biocombustíveis a partir da biomassa gerada na plantação dessas culturas.”

A afirmação de Carlos Alberto Labate, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), foi feita aos pesquisadores presentes na primeira edição do Simpósio sobre Etanol de Celulose: “O eucalipto é uma árvore incrível e, o Brasil, um país de muita sorte por ter todas as condições necessárias para a alta produtividade da cultura. A indústria florestal brasileira, uma das melhores do mundo e que serve de referência para vários países, está interessada em entender como a biomassa do eucalipto pode ser usada para a produção de etanol. Trata-se de uma nova revolução da química verde”.

E destacou a importância das cascas do eucalipto, esses resíduos permanecem no solo das plantações após a extração do tronco da árvore, que normalmente é destinada à indústria de papel e celulose. “Uma quantidade razoável de casca é dispensada no solo com o corte da madeira, algo em torno de 20 toneladas por hectare. Ao ser fermentado ao longo dos anos, esse material libera gases do efeito estufa”.

“Sabendo que as indústrias do setor florestal estão preocupadas com as questões dos impactos ambientais, uma forma de despertar ainda mais o interesse é mostrar o valor econômico dos resíduos desperdiçados, que podem tanto ser usados para produzir bioetanol como biopolímeros. A casca do eucalipto é uma ótima fonte de carbono de baixo custo”, explica.

Em sua palestra, intitulada The eucalypt as a source of cellulosic ethanol, Labate mostrou estudos conduzidos por sua equipe no Laboratório Max Feffer de Genética de Plantas, que comprovam que a composição da casca do eucalipto é mais favorável do que o bagaço da cana em termos de açúcares fermentáveis: a quantidade de pentoses (monossacarídeos de cinco carbonos) inibitórias ao processo de fermentação está presente, segundo ele, em menor quantidade na casca do eucalipto.

“Além disso o eucalipto possui o dobro de hexoses, que são açúcares fermentáveis como sacarose, glicose, frutose e galactose, em relação ao bagaço da cana. Isso significa que, teoricamente, o potencial do eucalipto para a fermentação é maior do que o da cana. O problema é que ainda não temos o hidrolisado tanto da casca como do bagaço para fermentar e estudar. O potencial do eucalipto existe, mas ele precisa ser melhor pesquisado”, apontou Labate.

Ele também comparou a quantidade de biomassa anual gerada pela cana-de-açúcar e pelo eucalipto no Estado de São Paulo. Enquanto a cana produz em torno de 10,6 toneladas de bagaço por hectare em um ano, o eucalipto chega a gerar de 23 a 25 toneladas de biomassa por hectare, no mesmo período, com alto potencial para serem transformadas em energia.

FLORESTAS CLONAIS

Veja a reportagem exibida pelo Jornal do Almoço em Santa Catarina, que fala sobre as vantagens das mudas de eucalipto clonadas:

segunda-feira, 8 de junho de 2009

USO DO GEL NO PLANTIO DE EUCALIPTO

O plantio de eucalipto nas estações mais secas do ano não é mais problema. Em 2007, a sobrevivência média das mudas nesta época chegou a 98,4% nas fazendas da Votorantim Celulose e Papel VCP na região do Vale do Paraíba, em São Paulo. O responsável por esse resultado é o hidrogel, um polímero absorvente colocado junto à raiz da muda durante o plantio. Sua função é reter a água da chuva ou irrigação e liberá-la aos poucos, garantindo a umidade do solo.

Adotada pela VCP desde 2001 nas fazendas de regiões com baixos índices de chuva, essa tecnologia é importante no desenvolvimento inicial da planta, quando a muda ainda não desenvolveu raízes suficientes para buscar água em regiões mais profundas do solo, garantindo sua sobrevivência.

Com o gel, a muda de eucalipto fica úmida no período mais crítico do desenvolvimento da planta. Isso elimina a exigência de irrigação imediata. Dependendo da condição do solo, a planta pode ficar de oito a 15 dias sem irrigação. Na média, o consumo de água cai de 6,5 litros por muda para 2,6 litros. Reduzindo o nível de mortalidade das plantas, também reduz o replantio. Pelo método anterior, a muda plantada manualmente era irrigada. O material usado, além de biodegradável, é atóxico.

Já a Internacional Paper (IP), fabricante americana de papel, que possui 85 mil hectares de florestas plantadas no Brasil, consegue reduzir o custo do plantio em 8% já no primeiro ano, um ganho substancial para um investimento que mobiliza grande somas de capital em extensas áreas de plantações de florestas. Ao longo de sete anos, período de corte da árvore para extração da celulose, a economia chega a 3,5%.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

MITOS DO EUCALIPTO

Alguns Mitos sobre o cultivo de eucalipto foram sendo difundidos ao longo do tempo, mas não encontram respaldo técnico nem científico.
Pelo contrário, muitas as pesquisas validam e indicam o cultivo de eucalipto.
Os mitos que cercam a silvicultura são os seguintes:

Uns dizem que o eucalipto seca o solo pela alta quantidade de água que suas raízes absorvem, ou então que ele empobrece o solo, pois consome altas quantidades de nutrientes. FALSO. Pesquisas e órgãos competentes como Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal do Paraná, Unicamp e Instituto de Pesquisas Florestais garantem que o consumo de água na cultura de eucalipto é menor que na maioria das espécies como soja, café e trigo, plantas também exóticas, ou seja, originárias de outros países. Seu cultivo não tem a capacidade de secar os mananciais, pois a água que o eucalipto utiliza é proveniente da camada superficial do solo, uma vez que suas raízes não ultrapassam 2,5 metros de profundidade e portanto não chegam aos lençóis freáticos. O consumo de água pelo eucalipto é igual ao consumo de qualquer outra floresta nativa. Só para se ter uma ideia, para se produzir um quilo de madeira são consumidos 350 litros de água e para se produzir um quilo de grãos de soja são exigidos 2000 litros de água. Lembrando que nesse cálculo conta-se todos os processos vegetativos e reprodutivos que a planta passa. Com relação ao empobrecimento do solo vale frisar que quase tudo o que o eucalipto retira da terra, ele devolve após a colheita, pois cascas, folhas e galhos possuem 70% dos nutrientes e permanecem no local sendo gradativamente incorporados ao solo como matéria orgânica.

Outros dizem que o eucalipto gera um "deserto verde”. FALSO. Por ser uma cultura de porte florestal, os plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies.
Com a adoção de modernas técnicas de planejamento de uso do solo, fica garantida a biodiversidade dos sistemas aquáticos e terrestres. Uma das maiores contribuições dos produtores de florestas plantadas para a manutenção da biodiversidade é a preservação de áreas de reservas equivalente a 1.600.000 mil hectares. Isto representa aproximadamente 33% do total das propriedades das empresas só com árvores nativas intercaladas com os plantios de eucalipto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SOLENIDADE DE ABERTURA

Cerca de 1200 pessoas participaram ontem da abertura do 1º Congresso Brasileiro sobre Florestas Energéticas. Um dos homenageados da noite o vice-governador Antonio Augusto Anastasia ressaltou a importância do tema florestas energéticas, e de Minas Gerais sediar este evento. “Minas é um mosaico de riquezas e é o estado que mais planta florestas". Ele destacou o potencial de empregabilidade e lembrou que "Minas possui grandes áreas que foram degradadas e que podem ser utilizadas para o plantio. Em toda a cadeia produtiva da madeira, são 700 mil empregos gerados no Estado",afirmou Anastasia.

As plantações florestais ocupam menos de 1% da área agricultável do Brasil. O país tem, portanto, um grande potencial de crescimento de áreas com florestas plantadas. "Lembro de uma reunião no início do governo Aécio, em Brasília, e das dificuldades relatadas. Fico satisfeito de ver esse primeiro congresso brasileiro acontecer aqui e ver a reconstrução realizada no Estado de Minas Gerais", afirmou o secretário de Produção e Agropecuária do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Florestas, Antônio Francisco Bellote, Minas foi escolhido para a realização deste congresso por ter território propício para a plantação de florestas. “Por ser o estado brasileiro onde existe a maior área de florestas plantadas, em sua grande maioria, usada como matéria-prima para a geração de energia, nada melhor que o evento ser realizado aqui”, diz.