quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MERCADO PROMISSOR PARA O EUCALIPTO

No Brasil, as áreas de florestas plantadas acumularam em 2008 a marca de 6,5 milhões de hectares, 4,26 milhões só com eucalipto. O país possui ainda vantagens em relação aos seus concorrentes: no Brasil uma árvore de eucalipto leva 7 anos para chegar à idade de corte, já no Hemisfério Norte pode demorar entre 20 e 30 anos. Adicionalmente, a produtividade brasileira é superior, o que permitiu exportar no acumulado de 2008 US$ 6,8 bilhões de produtos florestais de áreas plantadas, como celulose, madeira serrada e compensados.

O excelente desempenho no setor florestal é fruto de nossas condições climáticas e da tecnologia desenvolvida pelas empresas e instituições de pesquisa do país. O Brasil é reconhecido mundialmente como um dos líderes no desenvolvimento e aplicação de inovações na área de genética e propagação florestal, notadamente de eucalipto. Uma árvore de crescimento rápido, ampla adaptabilidade e excelente madeira para vários fins industriais, aspectos que muito colaboram para o crescimento contínuo do número de produtores interessados em desenvolver seu cultivo.

Adicionalmente, o Brasil vem se consolidando com ganhos extraordinários em produtividade e qualidade das florestas industriais de eucalipto, por meio da aplicação dos princípios da genética quantitativa aliados a uma revolução nos procedimentos silviculturais, como para a clonagem em larga escala de árvores elite, a exemplo do projeto Genolyptus para mapeamento do genoma do gênero Eucalyptus.

Mercado

O eucalipto é plantado em mais de 100 países tropicais e sub-tropicais, e cumpre um papel essencial de floresta de substituição para a produção de papel, celulose, energia e madeira sólida de forma sustentável.O eucalipto na verdade tem uma tripla função altamente benéfica para o meio ambiente: sequestra carbono da atmosfera, é fonte eficiente de produção de fibras e bioenergia e contribui para a recuperação de áreas degradadas.

o Brasil integra suas vantagens competitivas na cultura por meio de suas condições naturais favoráveis, conhecimentos científicos e capacidade empreendedora, o que resulta em um potencial altamente competitivo de crescimento. O Brasil é uma excelente opção para investimentos em ativos florestais, mas carece de políticas específicas para um maior desenvolvimento do setor e atração de mais e maiores investimentos. Isso porque ações adversas, como ampliação de restrições para a Reserva Legal e áreas de preservação permanente, acabam por comprometer a melhoria de importantes indicadores, tanto na eucaliptocultura quanto no setor de florestas plantadas como um todo.

No Brasil, segundo a ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas), o setor florestal tem se desenvolvido principalmente com base em investimentos diretos de origem doméstica, embora os investimentos de origem estrangeira venham apresentando crescimento. Para investimentos de curto prazo, a ABRAF espera que a crise financeira mundial não interrompa os investimentos previamente anunciados no setor florestal. Já para investimentos de médio e longo prazo, há a expectativa de implementação de mega-investimentos na silvicultura de florestas plantadas, em especial com eucalipto, e na indústria de base florestal nacional. Esta perspectiva promete elevar os níveis de produção, tanto nas florestas quanto nas transformações industriais, para patamares nunca antes observados.

Fonte: Capital News via Painel Florestal (12/03/2010)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DO EUCALIPTO, O MENTOL

Pesquisadores conseguem extrair essência usada em indústrias como as de cosméticos, produtos de limpeza e fragrâncias a partir do óleo extraído da espécie citriodora. Descoberta pode fazer com que o Brasil deixe de depender exclusivamente da importação.

O que o eucalipto da espécie citriodora tem a ver com o poderoso mercado do mentol, que movimenta ao ano US$ 18,5 bilhões em todo o mundo? A resposta vem de um grupo de pesquisadores do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O grupo conseguiu transformar, pela primeira vez, o óleo essencial do eucalipto em mentol sintético. O produto químico é utilizado em larga escala por indústrias de produtos de limpeza, cosméticos, medicamentos, fragrâncias e aromas, e até mesmo pela indústria de alimentos, que emprega o componente na fabricação de balas e pastilhas com aroma, sabor e frescor mentolado.

Apesar de ser grande produtor de óleos essenciais, o Brasil é um grande importador do mentol sintético. Todo o produto é comprado do Japão e da Alemanha, que detêm a tecnologia de produção do mentol, obtido a partir de plantas do gênero mentha. A novidade da pesquisa mineira foi mostrar que o óleo essencial, extraído por meio da decantação de folhas da espécie citriodora, também pode ser transformado no componente sintético. O óleo obtido de outras espécies, como o eucalipto utilizado para a indústria do papel, não têm propriedades aromáticas. A ideia é que, a partir de agora, o produto passe a ser feito no país, abastecendo o mercado interno e reduzindo a dependência externa. Com a nova tecnologia, o país também ganha a chance de concorrer no bilionário mercado internacional.

O estudo, coordenado pela professora Elena Goussevskaia, já está patenteado. No país, não foram identificadas outras rotas de produção, nem mesmo com patentes estrangeiras. O novo produto é resultado da aplicação de um processo químico inovador. Foi utilizado um catalisador que transforma o citronelal, composto presente no óleo de eucalipto, em mentol. Além do óleo, principal insumo da pesquisa, a tecnologia envolve também o uso do gás hidrogênio e de catalisadores.


O processo ocorre em um reator, no qual o óleo de eucalipto citriodora entra em contato com o catalisador e com o hidrogênio, formando o óleo mentolado. “A molécula essencial é transformada em uma molécula sintética”, explica a pesquisadora Patrícia Robles Dutenhefner. Segundo ela, o produto obtido a partir do eucalipto tem as mesmas características aromáticas do mentol atualmente encontrado no mercado e, por isso, tem potencial para abastecer indústrias, como a de fragrâncias.

Outra inovação do estudo é que com o uso do catalisador foi possível, em uma única etapa, passar do óleo de eucalipto para o mentol. Como explica Robles, mundialmente o mentol sintético é obtido a partir de seis etapas químicas. A obtenção da matéria-prima é sempre um desafio e virou outro diferencial do mentol mineiro . Em Minas, a espécie citriodora já é cultivada em larga escala e, para dar impulso à nova tecnologia, as plantações poderiam ser fomentadas por meio de cooperativas agrícolas, o que garantiria o fornecimento do óleo essencial, para ser transformado no produto de maior valor agregado, impulsionando também produtores agrícolas.

Mercado promissor
Com perspectivas de ganhar o mercado, o estudo já está sendo testado em um pré-piloto para que o produto seja feito em grande escala. Segundo a pesquisadora, como o procedimento é simples, realizado em uma única etapa química, a tecnologia nacional poderá ter custo mais baixo que a dos concorrentes internacionais. A intenção é que o mentol de eucalipto se transforme em um negócio lucrativo. “Para que o Brasil se torne uma potência em ciência e tecnologia, é preciso direcionar as pesquisas para o mercado”, defende o gerente de Inovação e Tecnologia do Sebrae-MG, Anizio Vianna. Com a Secretaria de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, o Sebrae desenvolve projetos para fomentar a criação de empresas, e o projeto de transformação do óleo do eucalipto em mentol sintético chamou atenção das instituições pelo seu potencial.

O estudo da viabilidade do mercado para o mentol já está concluído e a próxima etapa será o plano tecnológico. “Todo o mentol utilizado no Brasil é importado. O país, porém, está entre os maiores exportadores do óleo essencial, que é pouco utilizado aqui para síntese de compostos de alto valor comercial”, diz Vianna. Outros óleos essenciais, como os de pinho e de laranja, estão sendo estudados pelo grupo de pesquisadores da UFMG, já que também podem ser transformados em mentol sintético. No entanto, a pesquisa está avançada apenas com o eucalipto.

Fonte: Correio Braziliense

terça-feira, 3 de agosto de 2010

SOLUÇÃO PARA PRAGA EUCALIPTO


O eucalipto, espécie madeireira originária da Austrália e das Ilhas da Oceania, é uma excelente fonte para produção de papel e celulose que traz muitos ganhos para o Brasil. No entanto, essa cultura é ameaçada por diversas pragas, doenças e plantas daninhas. No Brasil, entre as pragas naturais que a atacam destacam-se, principalmente, as formigas cortadeiras, os besouros e as lagartas desfolhadoras. E, recentemente, tornou-se mais preocupante a chegada ao país de uma nova praga que ataca o eucalipto: o psilídeo-de-concha.

Durante o Prosa Rural – programa de rádio da Embrapa veiculado de 10 a 14 de maio, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Luiz Alexandre Nogueira de Sá fala sobre uma alternativa de combate a esta praga. Segundo ele, o controle biológico, feito com uso de uma vespinha parasitóide de nome complicado, Psyllaephagus bliteus, se mostrou como o método mais adequado, já tendo sido validado nos Estados Unidos e no México. O controle biológico com o uso deste inseto vem reduzindo a infestação da praga nos eucaliptos, conforme resultados obtidos nesses países.

Sá informa que para combater o psilídeo-de-concha, um dos métodos utilizados é o controle químico, com o uso de inseticidas sistêmicos de alto custo, impactantes ao meio ambiente e de efeito temporário. O custo estimado com aplicação desses inseticidas, de acordo com o pesquisador pode variar de R$ 40,00 a 150,00 por hectare, sendo necessárias, no mínimo, três aplicações por ano.

Segundo ele, estudos já estão em andamento no Brasil, com o objetivo de se conhecer a presença deste e de outros agentes de controle biológico nas florestas de eucalipto. “A vespa parasitóide, recém introduzida no país, está sendo criada em condições de laboratório e liberada nos hortos florestais de eucalipto na região de Jaguariúna, desde 2005”, informa.

De acordo com o pesquisador, a aplicação desta tecnologia está beneficiando tanto o pequeno e médio produtor rural de eucalipto para lenha, carvão, mourão de cerca e postes de rede elétrica; como o grande produtor na produção em larga escala de papel e celulose pelas indústrias do ramo florestal e de carvão para a siderurgia nacional; e também o meio ambiente pela utilização de uma tecnologia limpa, com o mínimo impacto ambiental e de baixo custo.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.